QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

OTAN discute estratégia nuclear da Rússia (Espaço Marxista)

COMBATE AO SECTARISMO PRÓ-IMPERIALISTA
Em defesa do trotskismo
contra o sectarismo pró-imperialista
Resposta da Frente Comunista dos Trabalhadores ao grupo Luta Marxista


Em meio a atual guerra fria, a maioria dos grupos que se dizem trotskistas se encontram profundamente influenciados pela propaganda de guerra do imperialismo, encabeçado pelos EUA.

Um setor deste pseudo-trotskismo vem se incomodando com a Frente Comunista dos Trabalhadores (FCT, seção brasileira do Comitê de Ligação pela IV Internacional, CLQI - LCFI). O incomodo deriva tanto de razões organizativas, quanto programáticas. No primeiro caso, por nadarmos contra a corrente do estilhaçamento que caracteriza os agrupamentos sectários que mais implodem do que crescem. No segundo, pelo pioneirismo na elaboração de explicações para os fenômenos atuais sob a ótica da teoria da revolução permanente, como é o caso do surgimento das "Potencias capitalistas, sui-generis, emergidas de grandes Estados Operários ". Explicações essenciais para a compreensão e atuação na luta de classes hoje.

Chamou-nos a atenção o comportamento de um grupo gaúcho que se reivindica trotskista. Fosse apenas por isso, e pelo fato da Luta Marxista há muito tempo vegetar a margem da luta de classes, desprezaríamos tranquilamente sua crítica, como fizemos há alguns anos atrás, quando, dando prova de sua esterilidade e carência de qualquer perspectiva política, LM nos criticou pela tática da Frente Única [ 1 ] defendida por nós e por toda tradição marxista anterior.

O que nos obriga a responder LM hoje é a necessidade de alertar aos nossos leitores para que fiquem atentos, mesmo para os que copiam as nossas elaborações, pois, por covardia política, semeiam confusão, sacando conclusões políticas opostas as nossas e funcionais ao imperialismo.

Como não consegue polemizar com as posições que temos, porque estas eles as copiam, criam posições que não temos, para digladiar-se com elas. O LM mente ao dizer que a Liga Comunista (LC), o Coletivo Lênin (CL), os agrupamentos que impulsionaram (juntamente com o Espaço Marxista, EspM, a Tendência Revolucionária do PSOL, TR, e o Coletivo dos Socialistas Livre, CSL), a criação da FCT,
“Apoiam também politicamente os governos das semi-colônias que estão sendo desestabilizados pelo imperialismo”.
Toda sua argumentação se baseia na falsificação de nossas posições
“embelezando e apoiando de fato os governos burgueses dessas nações”,
sem citar uma vez sequer a tal posição criticada em qualquer documento nosso. É assim porque a posição criticada SIMPLESMENTE, NÃO EXISTE e qualquer um que leia as declarações da FCT [ 2 ], e não precise apelar para a má fé para nos detratar, constatará isto, pois uma das características básicas da política da FCT é a sua defesa frente única sem prestar qualquer apoio político aos aliados vacilantes e circunstanciais que dirigem o movimento de massas ou as nações oprimidas ameaçadas. Não deixamos de desmascará-los junto as massas, pois invariavelmente tais aliados não realizam uma luta consequente contra a reação e o imperialismo e pavimentam o caminho destes inimigos contrarrevolucionários. Todavia, são estas as direções do movimento de massas e não nós, os revolucionários, e, se buscamos superar tais direções, necessário é demonstrar para as massas sua incapacidade de defendê-las, revelando os interesses burgueses que possuem esses aliados.

Em todo chamado a frente única ressaltamos a defesa da independência política dos trabalhadores e que a frente se faz sem depositar nenhuma confiança aos aliados e menos apoio político aos mesmos. Nossa estratégia no Brasil, por exemplo, é a construção da oposição operária e comunista ao governo Dilma.

A versão gaúcha do schachtmanismo [ 3 ] força na mão e diz que o CLQI
“Sacrifica o princípio da independência de classe, caracterizando esses governos como nacionalistas, anti-imperialistas, ou seja, progressistas”.
Terceira falsificação:
“Em geral, têm dado apoio eleitoral a partidos burgueses”.
Sobre as eleições presidenciais de 2014. No segundo turno, LM tomou a mesma posição eleitoral dos setores da esquerda a quem a própria LM acusa de pró-imperialistas. Por sua vez, como medida excepcional, e não "em geral" como tenta passar LM, ou seja, apenas no segundo turno, nas últimas eleições brasileiras, a LC, o CL, a ruptura do PCB que veio a constituir o EspM, e os ex-militantes do PSTU que conformaram o CSL, chamaram a votar na candidatura de Dilma e do PT contra as manobras da direita golpista, agente do imperialismo.

Tomamos a posição política eleitoral de votar na candidatura do PT contra a direita no ponto máximo da polarização de uma campanha presidencial que do começo ao final foi assombrada pelo Golpe eleitoral de Estado. A campanha começou de forma sangrenta, com um estranho "acidente" fatal que vitimou um candidato da oposição para catapultar uma candidata alternativa da oposição burguesa de direita. Uma vez que os candidatos do partido tradicional da oposição burguesa, do PSDB, já havia perdido as eleições presidenciais para o PT por três vezes seguidas e consecutivas (2002, 2006, 2010), agora o imperialismo impulsionava a unidade das oposições de direita, um amplo espectro religioso, anti-comunista, pró-imperialista e ligado ao capital financeiro para derrotar a candidata do PT. Diante das limitações, da incapacidade desta candidatura alternativa, sem partido próprio, programaticamente inconsistente, refém de todos seus heterogêneos apoiadores de última hora, chegar ao segundo turno, o imperialismo reorienta o conjunto da frente golpista para voltar todas as suas energias para o candidato do PSDB. A quase totalidade da mídia televisionada, virtual e escrita se unifica para derrotar o PT. Apesar de todos os esforços a Frente Única Golpista, o candidato tucano é derrotado no segundo turno. Os golpista não aceitaram a derrota e vão para as ruas realizando manifestações e provocações crescentes até que o movimento de massas de esquerda realizasse sua primeira grande manifestação de resistência (13/11/2014).

Diferente de uma espécie de esquerdismo incurável e senil no século XXI, bastante funcional ao imperialismo, nós como os bolcheviques chamamos a votar em partidos burgueses sim, quando as conquistas históricas do proletariado são ameaçadas por agentes do capital muito piores que o PT. Nossa defesa heterodoxa do voto em Dilma segue a nossa política geral de combate ao golpismo pró-imperialista e se inspira na política dos bolcheviques de
“apoiar a burguesia contra o tzarismo (na segunda fase das eleições ou nos empates eleitorais, por exemplo) e sem interromper a luta ideológica e política mais intransigente contra o partido camponês revolucionário-burguês, os ‘social-revolucionários’, que eram denunciados como democratas pequeno-burgueses que falsamente se apresentavam como socialistas.” (Lenin, “Nenhum Compromisso?” em Esquerdismo: Doença Infantil do Comunismo, 1920).
O fato de Dilma incorporar parte do programa neoliberal derrotado nas urnas em nada invalida a tática de chamar a votar nela contra o candidato da direita, pois, se este tivesse saído vitorioso, além das medidas reacionárias que o governo Dilma-Levi anda tomando, veríamos o Executivo nacional diretamente a serviço das demandas das marchas da direita golpista, o que significaria um ataque infinitamente pior contra o proletariado.

FRENTE ÚNICA

LM justifica: se não existem seções revolucionárias do CLQI nos países alvos do imperialismo onde chamamos a FUA, tal tática seria pura capitulação. Se tal metodologia confusa de pensamento fosse válida, os revolucionários não poderiam defender a tática da FUA em qualquer lugar, não só onde não possuem seções, como onde suas respectivas seções são extremamente pequenas. A LM revisa Trotsky, inclusive quando finge reivindicá-lo, nos próprios exemplos citados (Abissínia e China) por seu texto schachtmanista. Na verdade, como logo descobrimos, a LM é anti-FUA, ou seja, pró-imperialista, dizendo que a tática da III Internacional dirigida por Lenin e Trotsky caducou, mas não diz o porquê, segundo o esquerdista que o imperialismo gosta,
“A Frente Única proposta pelas Teses do Oriente em 1922 caducou como tática privilegiada.”
Quem caducou devido a extrema esterilidade de seus vícios sectários em nome do trotskismo foi a LM, completamente isolada não só das massas, mas hoje até do pequeno círculo de contatos pessoais que algum dia agrupou. Toda a história das revoluções no pós-guerra comprova que onde a política da frente única anti-imperialista não foi desviada e convertida em frente popular, surgiram novos Estados Operários (Iugoslávia, China, Coreia do Norte, Vietnã, ...).

Não é por acaso que LM compra e repercute a propaganda de guerra imperialista contra a Crimeia, as Repúblicas de Donbass e a Rússia:
“Putin retaliou anexando a Crimeia e promovendo o separatismo no leste da Ucrânia... A atitude da Rússia sobre as repúblicas não russas no seu interior e nas imediações é típica de um novo imperialismo nascente”.
Ou seja, para nosso grupo sectário, não se trata de uma ofensiva imperialista golpista (como na Líbia e Síria) que impulsionou o reacionário e pró-UE movimento Euromaidan e impôs pela força do terror fascista um golpe de Estado e um governo dirigido por fascistas em Kiev, obrigando as populações da Crimeia e do Leste ucraniano a fazerem referendos por sua autodeterminação contra a OTAN e a UE [ 4 ], onde saíram esmagadoramente vitoriosos os desejos da população de maioria proletária destas regiões por serem incorporadas a Rússia. Desejos que, diga-se de passagem, não foram plenamente atendidos pelo regime burguês de Moscou, que reunificou a Crimeia ao seu território, onde se localiza a importante base naval de Sebastopol, mas se negou a fazer o mesmo com as repúblicas da região do Leste, o Donbass (onde se encontram os oblasts, províncias, de Donetsk e Lugansk), por conveniência militar de manter um cinturão de terra intermediário entre suas fronteiras e as tropas da OTAN.

Não é por acaso também que na guerra civil da Ucrânia, o principal conflito do momento da nova guerra fria, além de se oporem a frente única contra o imperialismo, “nossos” “marxistas” também se opõe a defesa militar dos povos oprimidos e perseguidos contra os fascistas de Kiev, agentes da OTAN ou sequer exigem Fora as tropas do exercito ucraniano ou do nazista batalhão Azov do leste ucraniano.

Por fim, nossos detratores copiam a quase totalidade de nossas elaborações acerca de Rússia e China. Nada temos contra isso, como disse o grande Hermeto Pascoal:
“as minhas músicas eu quero mais é que sejam pirateadas. Quero mais é que as pessoas toquem, ouçam, a conheçam. E, pra mim, quem reclama da pirataria é quem faz música apenas para vender.”
O que nos opomos é a uma categoria de piratas que por covardia política evitam as conclusões práticas a que chegamos, e as prostituem em favor do imperialismo e da reação, que tem um tipo de pensamento muito preguiçoso para renegar nossas concepções marxistas de conjunto e mais ainda para formular as suas próprias. Então logo esvaziam o significado das elaborações que copiaram e saltam a conclusões ligeiras para reunir-se com o restante do pseudo trotskismo pró-imperialistas, para quem a Rússia e a China já seriam imperialistas e que diante do conflito entre estas nações e a OTAN, comandada pelo verdadeiro imperialismo, seria prudente ficar em cima do muro.

CONCLUSÃO

Em resumo, alertamos aos leitores que apesar de nos copiarem no conteúdo, as conclusões da LM são opostas as nossas: são a de que na Ucrânia, o certo seria ficar em cima do muro na luta entre os trabalhadores e a Rússia, de um lado, e os golpistas nazistas de Kiev e a OTAN, de outro; nos países oprimidos pelo imperialismo não se deve lutar por uma Frente Única Anti-imperialista; no Brasil, não se deve combater com todas as forças e por todos os meios a direita golpista pró-imperialista e chamar uma frente única contra o imperialismo e a oposição de direita golpista (inclusive para ajudar as massas a superarem suas ilusões no PT a fim de edificarem um verdadeiro partido revolucionário dos trabalhadores contra o capital). Para estes senhores sectários, objetivamente adversários de toda e qualquer frente única, nem sequer se deve participar de greves cuja direção é burocrática e tende a trair a luta, ou seja, deve-se converter também em fura-greves pois, afinal, raríssimas são as direções sindicais não burocráticas no mundo. No mesmo sentido, se opuseram ao chamado a construção da Greve Geral contra a terceirização. Fica evidente então que LM luta contra o marxismo. Parafraseando o próprio Marx, se esta "Luta" aí se diz marxista, tudo o que sabemos é que não somos marxistas.

Se logo imediatamente ao final da II Guerra Mundial, durante o início da primeira guerra fria, a batalha dos genuínos trotskistas foi por salvar a IV Internacional do desvio pablista, que capitulou ao stalinismo e pretendia liquidar a organização, agora, nossa batalha não é menor, o câncer schachtmanista alastrou-se por quase todas as correntes que reivindicam o legado de Leon Trotsky, incluindo as que resolveram romper com a IV para fundar uma V Internacional. 99% capitularam a tendência oposta a stalinofilia pablista, capitularam à stalinofobia shachtmanista. Não está descartado que desta nova guerra fria ganhe força um neopablismo na esteira da crescente influência do bloco eurásico e do bolivarianismo. Tal tendência que já se manifesta na IMT (CMI, em português, representada pela Esquerda Marxista no Brasil), de Allan Woods, precisa ser combatida. Mas, o sectarismo pró-imperialista é hoje tendência é amplamente majoritário no país, engloba todas as variantes morenistas, historicamente stalinofóbicas e que rechaçam a FUA, a começar pelo PSTU/LIT e a CST/UIT, do PSOL. Esse desvio se estende desde sua versão mais extrema, no MRS e no MNN, que se passaram de malas e bagagens para a frente golpista da direita, engrossando entusiasticamente as manifestações da direita pró-imperialista, como bem denunciaram os camaradas da FCT no Folha do Trabalhador 23 [ 5 ], até a LM, que segue o mesmo curso.


Notas
1. Também nos criticou por atuarmos mesmo nos sindicatos reacionários, por participar de greves convocadas por burocratas sindicais, por chamar a reunificação do movimento sindical brasileiro. http://lutamarxistablog.blogspot.com.br/2013/05/a-frente-unica-segundo-liga-comunista.html

2. “O golpismo no Brasil, na América Latina e as tarefas da Frente Comunista dos Trabalhadores
Resoluções da Reunião Nacional da FCT – 03 de maio de 2015.” http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2015/05/resolucoes-da-fct-03052015.html#more
“Chamado à juventude para a construção da frente anti-imperialista e anti-fascista - Contribuição da FCT ao 54o Congresso da União Nacional dos Estudantes”
http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2015/05/contribuicao-da-fct-ao-54o-conune.html
“Saudação do Comitê de Ligação pela Quarta Internacional aos trabalhadores do mundo - DIA INTERNACIONAL DO PROLETARIADO 2014 – CLQI” http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2014/04/may-day-greetings-from-lcfi.html

3. Max Shachtman (10 de setembro de 1904 - 4 de novembro de 1972) foi um ex-trotskista que liderou uma oposição pequeno burguesa contra Trotsky e a direção majoritária do SWP dos EUA, a maior seção da IV Internacional na década de 1930. Shachtman renegou a defesa da URSS, a dialética marxista e por fim se passou abertamente para o lado da sua burguesia imperialista em 1961 apoiando a invasão gusana a Baia dos Porcos, orquestrada pela CIA, para sufocar a Revolução Cubana.

4. A incorporação da Crimeia a Rússia foi votada por mais de 96 % da população da Crimeia, sendo Crimeia historicamente um território da Rússia até que Nikita Krushev em um contexto de federalismo burocrático soviético decidiu seccionar Crimeia da Rússia e anexá-la a Ucrânia. Portanto, em função dos fatos que podemos observar, a questão da Crimeia em 2014 foi uma reunificação e de modo algum uma anexação por parte da Rússia, como tenta vender a mídia imperialista e seus seguidores. Exigimos respeito e defendemos os direitos nacionais e democráticos dos trabalhadores da Crimeia.

5. Ver "Melhores momentos da esquerda golpista! (1. PSTU; 2. Movimento Negação da Negação; 3. Movimento Revolucionário Socialista; 4. MEPR), COLETIVO LENIN
http://coletivolenin.blogspot.com.br/2015/04/melhores-momentos-da-esquerda-golpista.html
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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Resposta da FCT ao grupo Luta Marxista

http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2015/06/resposta-da-fct-lm.html?m=1
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Queremos vida digna! (TR)

Queremos vida digna!!!

                                                                       por Luís Carlos de Oliveira

A situação da economia brasileira vai de mal a pior. O desemprego já está na casa dos 8%; os juros seguem subindo, já na casa dos 13,75% rumo aos 14; a inflação está a galope, em 8%, superando bastante o teto da meta do governo. Os dados são alarmantes.

Todo esse cenário de recessão é temerário à classe trabalhadora e a prejudica em muito. A crise chegou em terras tupiniquins e quem paga o preço é o lado mais frágil da luta de classes, a camada trabalhadora e mais pobre da população.

O cidadão no Brasil trabalha a vida toda, se esfola de pagar tributos ao governo; é sugado pelos juros escorchantes dos banqueiros e quase nunca morre em paz, numa situação econômica estável ou minimamente confortável.

Resultado de imagem para imagens favelas do rio de janeiroAgora vem o governo do PT e anuncia o propalado ajuste fiscal, pra cobrar a conta da crise justamente de quem mais deveria estar sendo assistido pelo governo, justamente de quem mais está sendo penalizado pela situação crítica da economia.

Se por alguns anos, no mandato de Luís Inácio, a população pobre teve algum acesso a consumo, ainda sim continuou sem saúde, sem moradia, sem terra, etc. Não é de quinquilharias que se faz a vida de uma pessoa. O sujeito pra viver tem que pagar aluguel, pagar conta de água e energia, gás, IPTU, tem que se locomover pra ir e voltar do trabalho, etc.

Os aluguéis estão caríssimos; em muitas famílias mais de um de um membro se encontra desempregado, de modo que os orçamentos familiares muitas vezes não são suficientes para cobrir todos os gastos. Ainda tem gente passando fome no Brasil. E, por mais que o governo jure de pé junto que não, é essa a dura realidade nos bairros pobres das grandes cidades, nas favelas, no sertão e no interior do país.

Em meio a essa situação, não nos rendemos à conversa mole dos governistas que querem justificar o injustificável. Não podemos! Exigimos salário decente e trabalho pra todos. Exigimos o fim do pagamento da dívida; exigimos a imediata implementação do imposto progressivo!
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terça-feira, 9 de junho de 2015

O massacre de Tiananmen foi um mito? (LC)

TIANANMEN - CHINA
O massacre de Tiananmen foi um mito?

Recentemente o jornal Workers World dos EUA publicou um texto polêmico “O massacre de Tiananmen foi um mito”, sobre as manifestações ocorridas na chamada Praça da Paz Celestial, em 1989. O camarada Gerry Dowinig, membro do Socialist Fight, seção britânica do Comitê de Ligação pela IV Internacional, ao qual a nossa Frente Comunista dos Trabalhadores é ligada respondeu ao WW com o texto abaixo:


O ingresso dos operários chineses nos protestos
foi o que assustou a burocracia
Deng Xiaoping foi eleito por duas vezes o homem do ano pela revista Time, em 1978 e depois em 1985.
O ingresso dos operários chineses nos protestos
foi o que assustou a burocracia

Em 1967 a juventude da Guarda Vermelha de Mao denunciou Liu Shaoxi como "o defensor número 1 da restauração capitalista na China" e Deng como o "número dois da restauração capitalista". Ele finalmente triunfou após o massacre da Praça Tiananmen (ou das execuções em massa realizadas posteriormente) que liberou as mãos da burocracia da pressão da classe trabalhadora. Jiang Zemin capitulou com ele no verão de 1992.

A história do Workers World do artigo “O massacre deTiananmen foi um mito” é provável que seja verdade, embora o WW seja uma publicação de um partido pró-stalinista e que seria necessário verificar o que eles chamam de "tiroteios esporádicos". O alvo da burocracia não era os estudantes, a quem Deng apoiou no início, esperando uma restauração rápida do capitalismo, como veio a acontecer sob Yeltsin na Rússia poucos anos depois. No caso das voltas cruciais no caso foram:

1. As execuções em massa de líderes de trabalhadores, principalmente sindicalistas, um problema ainda maior ocultado pelos meios de comunicação de massa capitalista ocidentais e pelos pró-stalinistas, como WW.

2. A purga dentro da própria burocracia contra cerca de 30.000 de seus membros, dos quais, a maioria não estava entre os "restauradores capitalistas", mas entre velhos defensores estalinistas das relações de propriedade nacionalizadas que constituiam a fonte dos seus privilégios (remanescentes da base social de Mao e da “Gangue dos Quatro”) e não queriam, portanto, a restauração capitalista. Foi só quando a classe trabalhadora passou a apoiar os estudantes e, em seguida, começou a diferenciar-se deles politicamente que a revolução política de repente surgiu como uma possibilidade real, Deng mudou de tom imediatamente e apoiou a repressão.

A lendária turnê pelo sul de Deng na Primavera de 1992 foi o último capítulo deste ciclo, como relatado em Wiki:

"Para reafirmar sua agenda econômica, na primavera de 1992, Deng fez sua famosa turnê no sul da China, visitar Guangzhou, Shenzhen, Zhuhai e passou o Ano Novo em Xangai, na realidade, usando suas viagens como um método de reafirmando sua política econômica após sua aposentadoria do cargo. Em sua turnê, Deng fez vários discursos e gerou grande apoio local para a sua plataforma reformista. Ele ressaltou a importância da construção econômica na China, e criticou aqueles que eram contra novas reformas econômicas e a abertura. Embora haja debate sobre se ele disse ou não, na verdade, Deng disse que "Pobreza não é socialismo. Ficar rico é glorioso". Este slogan desencadeou uma onda de empreendedorismo pessoal que continua a impulsionar a economia da até China hoje. Ele afirmou que os elementos 'esquerdistas' da sociedade chinesa eram muito mais perigosos que os 'direitistas'. Deng foi fundamental pela criação do distrito de Xangai conhecido como Área Nova de Pudong, revitalizando este distrito da cidade como um dos grandes pólos econômicos (centro financeiro e comercial) da China". "Sua turnê pelo sul foi inicialmente ignorada pela mídia nacional e por Pequim, que estavam, então, sob o controle dos rivais políticos de Deng. O Presidente Jiang Zemin mostrou pouco apoio. Desafiando seu controle de mídia, o jornal diário Liberation de Xangai publicou vários artigos de apoio às reformas de autoria de "Huangfu Ping", que rapidamente ganharam apoio entre as autoridades locais e população. A nova onda de Deng com sua retórica política deu lugar a uma nova tempestade política entre facções no Politburo. O presidente Jiang Zemin, eventualmente, ficou do lado de Deng, e a mídia nacional finalmente relatou a turnê sul por vários meses de Deng depois de ocorrida. Os observadores sugerem que a submissão de Jiang às políticas de Deng tinha solidificado sua posição como herdeiro de Deng. Nos bastidores, a turnê pelo sul de Deng auxiliou a ascensão de seus aliados reformistas ao ápice da nação "


O movimento de Tiananmen foi iniciado com a morte de Hu Yaobang,
ex-presidente do Partido Comunista Chinês, aliado de Deng e
considerado um herói para os liberais reformistas chineses
Em nosso ponto de vista, o movimento da Praça de Tiananmen desencadeou uma cadeia de eventos que permitiram ao PCC purgar o partido e o aparelho do Estado e neutralizar a classe trabalhadora. O desenvolvimento das relações de propriedade capitalistas foram priorizados conscientemente por toda a burocracia do Estado em 1992, quando Jiang capitulou perante Deng. A China, em seguida, ingressou e passou a cumprir as normas da OMC e deixou de ser um Estado Operário de qualquer forma.

Em nome do socialismo os dirigentes da classe trabalhadora foram massacrados sem sombra de dúvida durante ou depois do movimento da Praça da Paz Celestial, ao mesmo tempo em que os estudantes tiveram um tratamento muito suave, penas leves e nenhuma execução, porque eles eram basicamente capitalistas restauracionistas.

As execuções dos líderes dos trabalhadores foi diplomaticamente relatado como "uma abundância de mates em outro lugar" como tacitamente admitido aqui:
O movimento de Tiananmen foi iniciado com a morte de Hu Yaobang,
ex-presidente do Partido Comunista Chinês, aliado de Deng e
considerado um herói para os liberais reformistas chineses

"No final deste longo artigo, que pretendia dar uma visão interna de um debate dentro da liderança do Partido Comunista Chinês, Kristof afirmou categoricamente: 'Baseado em minhas observações nas ruas, nem a conta oficial nem muitas das versões estrangeiras são muito corretas. Não há massacre na Praça de Tiananmen, por exemplo, embora haja uma abundância de matos em outro lugar.'"

Quem foi morto, onde, por quem e por quê? Qual é o objetivo de um artigo despreocupado acerca da "abundância de mortos em outro lugar", exceto para mostrar que os stalinistas não são tão maus como pintados. 
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quarta-feira, 3 de junho de 2015

Posição sindical da FCT

POSIÇÃO SINDICAL DA FCT
Pela reunificação do movimento sindical de esquerda brasileiro, em defesa dos direitos e contra a direita!
FRENTE COMUNISTA DOS TRABALHADORES



A ameaça da terceirização da atividade fim, um dos maiores ataques aos direitos trabalhistas e sindicais no Brasil das últimas sete décadas, provocou um reaquecimento do movimento operário e sindical. Essa aquecida obrigou a ofensiva patronal a se reorientar, mas a mobilização atual é ainda insuficiente para derrotar o ataque. Por sua vez, as direções burocráticas impediram o avanço da luta consequente em defesa dos diretos como se notou pela passividade cúmplice das direções da CUT e CTB na aprovação das MPs 664 e 665. As demais centrais menores (reconhecidas ou não pelo Estado) também não fizeram nada. Mas, a responsabilidade de cada uma das centrais deve ser cobrada de acordo com a respectiva representatividade.

NOVAS CENTRAIS, DIVISÃO, DERROTAS,
MAIS BUROCRATAS E O CAPITALISMO SINDICAL

A partir da industrialização da década de 1930, para controlar uma massa crescente de operários, o sindicalismo brasileiro foi estatizado. A ditadura empresarial-militar promoveu uma nova onda de industrialização e se viu obrigada a estatizar por completo os sindicatos. Foi o período de maior peso do operariado industrial dentro da classe trabalhadora. As greves metalúrgicas que deram origem ao PT e a CUT marcaram o auge da luta contra a ditadura, os patrões e o peleguismo. Ao assumir o governo do país, pouco mais do que três décadas de sua criação, o PT promoveu a divisão do movimento sindical para melhor governá-lo, uma nova reestatização do movimento sindical, estimulando o peleguismo cutista e sobretudo, através da aposentadoria privada, potencializou o capitalismo sindical, através da participação das burocracias na gerência dos fundos de pensão.

Os sindicatos também continuaram crescendo em número (em média, 250 por ano), mas ainda representando uma minoria da classe trabalhadora brasileira. 16 milhões de trabalhadores, 17,2%, (PNAD/IBGE 2011), ou seja, apenas as camadas mais qualificadas e bem pagas. Isso significa que mais de 80% dos trabalhadores, entre os quais dezenas de milhões de informais e precarizados, não possuem qualquer organização sindical.

A atual divisão do movimento operário e sindical brasileiro só tem favorecido aos patrões e a proliferação de uma burocracia sindical não só associada ao Estado, governos e patrões em geral, mas, através dos fundos de pensão (Funcesp, Previ, Petros, Funcef, Postalis), ao capital financeiro. Daí, os interesses da camada superior da burocracia se identificarem com a política neoliberal de privatizações, terceirização, assédio moral para a venda de produtos previdenciários, etc. A luta contra o aburguesamento da burocracia sindical passa pela reestatização completa da Previdência, expropriando o capital financeiro e seus fundos de pensão, pela previdência social controlada pelos previdenciários e usuários (trabalhadores da ativa e aposentados), sobre a base da mais ampla democracia operária.

PARTIDOS SINDICALISTAS E
CENTRAIS DIVIDIDAS POR PARTIDOS

A organização sindical, os sindicatos e as centrais que os agrupam, são organizações da massa trabalhadora, seu caráter deve ser o mais amplo possível (1). Inversamente, a organização partidária deve compreender somente uma parcela da vanguarda que concorda com um determinado programa. Mas, no Brasil, cada central pertence a um partido ou corresponde a um programa – (CUT-PT, Força Sindical-PDT, UGT-PSDB, CTB-PCdoB, Intersindical-PSOL, Intersindical-ASS, NCST-PMDB, Conlutas-PSTU...). Deste modo, os partidos e seus programas são sindicalistas, comprometendo a organização da luta pela conquista do poder político pela classe trabalhadora, e as centrais são partidarizadas, dividindo a classe, subtraindo sua força coletiva.

Sendo assim, além de serem subordinadas e financiadas pelo Estado, através do imposto sindical (2) e de mecanismos como o Fundo de Amparo ao Trabalhador, a divisão burocrática e partidarizada é outro obstáculo imposto pelos patrões e seus agentes no interior do movimento, as burocracias, contra a unidade na luta imediata dos trabalhadores e também contra a clarificação de seus objetivos estratégicos. A luta imediata é dividida e a estratégica não existe. Uma fórmula ideal para que os explorados não conheçam sua própria força, não se eduquem na escola da luta de classes, como Lenin chamava os sindicatos, e não tenham objetivos mais amplos nos enfrentamentos contra os patrões. Defendemos a participação ativa e aberta dos partidos nas disputas sindicais, mas através da frente única operária, classe contra classe, sem que o sectarismo divida o nosso exército em favor dos patrões.

Nenhuma das rupturas da CUT (CTB, CSP-Conlutas, Intersindical-PSOL, Intersindical-ASS) conseguiu superar os desvios burocráticos da matriz. Prova disto são os acordos escravocratas e as derrotas históricas realizados pelas “novas centrais” como o que a CSP-Conlutas realizou com a multinacional GM em 2013, que aumentou a jornada de trabalho, reduziu os salários e permitiu a demissão de centenas de operários pais de família.

O enfraquecimento gerado pela divisão, burocratismo e conciliação de classes vem provocando a perda de direitos trabalhistas e sindicais históricos. Nadando de braçada os patrões resolveram impor um amplo plano de precarização e escravidão assalariado através da terceirização e da aprovação das MPs 664 e 665 justamente quando amentam o desemprego e se deterioram as condições de vida dos trabalhadores.

A reunificação do movimento sindical de esquerda contra os pelegos históricos e contra o neopeleguismo dentro da CUT e das novas centrais, não seria apenas uma reversão da diáspora sindical ou uma anexação das centrais menores pela CUT, teria que ser produto de um novo ascenso das massas, se estabelecer sobre bases superiores de organização da luta econômica e não será obra da conciliação dos próprios burocratas encastelados em seus feudos sindicais, mas da luta sem tréguas das bases trabalhadoras pela redemocratização da CUT.

A unidade não é um princípio dentro das centrais sindicais. No entanto, nós a defendemos como forma de potencializar as lutas contra os patrões, os governos e os próprios burocratas sindicais.

INDEPENDÊNCIA POLÍTICA,
DEMOCRACIA OPERÁRIA E
ORGANIZAÇÕES AUTÔNOMAS

Para derrotar as direções reacionárias, fascistas, reformistas, governistas no interior dos sindicatos e federações realizamos frentes únicas: 1) pela independência total e incondicional dos sindicatos em relação ao Estado capitalista e aos patrões; 2) pela completa democracia operária sindical em todos os fóruns e congressos.

Enquanto esta unificação estratégica não ocorre, nós participaremos de todos os congressos das centrais que agruparem os sindicatos onde nossos militantes forem filiados. Devemos construir sim oposições classistas em todas as centrais sindicais.

Os revolucionários devem atuar também nos sindicatos mais reacionários e até fascistas como nos ensinaram Lenin e Trotsky. Devem atuar em todos os sindicatos e centrais pelegas, reacionárias e pró-imperialistas como a Força Sindical, obviamente clandestinamente, defendendo a unidade de toda a classe para a luta de seus interesses imediatos, a unidade de toda a classe em uma só central sindical.

Devemos defender que os sindicatos abarquem o mais amplamente possível a base de trabalhadores de seu ramo produtivo, independente de serem ou não precarizados, lutando para a efetivação plena dos mesmos, ou seja, para avançar na luta contra a terceirização da “atividade meio”.

Em 2014, garis, condutores e outras categorias precarizadas, ou cujos sindicatos estão nas mãos dos piores pelegos, impulsionaram, espontaneamente, a criação de organizações autônomas, independentes e em oposição aos burocratas sindicais, realizando greves históricas e arrancando aumentos salariais que chegaram a 37%. Ao mesmo tempo que defendemos a reunificação das centrais, estimulamos a criação destas organizações autônomas (comitês de lutas, comandos de greve, conselhos populares, etc.) que, sem substituir os sindicatos, pontualmente arrastam para a luta econômica e política parcelas mais amplas da classe trabalhadora, normalmente hostilizadas pela burocracia sindical.


Notas:

(1) Não devem fazer parte desta organização sindical os policiais, que para nós NÃO são trabalhadores fardados, mas repressores diretos, torturadores, assassinos dos trabalhadores, parte do destacamento especial de homens armados em defesa do regime e da propriedade capitalista.


(2) Defendemos a manutenção do imposto sindical, com cobrança incidente sobre toda a categoria -sindicalizados ou não- haja vista que são recursos altamente necessários para as demandas dos trabalhadores, inclusive no que diz respeito à própria existência material de muitos sindicatos. Todavia, lutamos pelo controle operário sobre a arrecadação, distribuição e aplicação de tais receitas, bem como denunciamos as burocracias sindicais que se locupletam às suas custas. Igualmente, defendemos que o sindicato deve ter como objetivo seu próprio autofinanciamento, de modo que sua dependência do imposto sindical se faça menos presente.
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