QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Adesão do Coletivo Socialistas Livres (MG) ao Comitê Paritário!

Carta de apresentação das posições do Comitê Paritário  e ingresso dos Socialistas Livres no CP(depois FCT)!

Publicado em 22 de março de 2015 por socialistalivre


O Comitê Paritário se constrói como uma aliança internacional de trabalhadores comunistas sob a perspectiva da reconstrução da IV Internacional e da revolução permanente. O CP tem como órgão principal da divulgação das ideias comuns ou individuais de seus membros o jornal Folha do Trabalhador e possui também nos blogs e Facebooks de cada um de seus membros meios de difusão de suas concepções políticas.

Constituído pela Liga Comunista, Coletivo Lenin, Resistência Popular Revolucionária e Espaço Marxista, o CP possui seis meses de existência. Internacionalmente, o CP nasce ligado ao Comitê de Ligação pela IV Internacional, tendência internacional já composta pela LC, o Socialist Fight britânico e a Tendência Militante Bolchevique argentina com que as outras organizações do CP passam a estabelecer relações fraternais.

As origens políticas distintas, livres de todo traço sectário, puderam enriquecer a elaboração do conjunto das organizações conduzindo-nos a uma compreensão comum da realidade, ou seja, a um programa comum, e, consequentemente, das nossas tarefas do momento. Nossos documentos comuns apontam para as seguintes elaborações matriciais:

1) No segundo turno das eleições presidenciais defendemos o voto em Dilma para derrotar Aécio e a direita golpista manipulados pelo imperialismo e fizemos a crítica ao voto nulo sectário da esquerda (PSTU, PCO, PSOL, PCB, etc.). O voto na candidatura de Dilma no segundo turno não implicou em qualquer acordo com o programa burguês desta candidatura, nem qualquer apaziguamento de nosso combate contra seu governo neoliberal. O giro à direita no governo Dilma, produto da pressão golpista, já havia sido previsto por nós ainda durante a campanha. Nossa defesa heterodoxa do voto em Dilma segue a nossa política geral de combate ao golpismo pró-imperialista e se inspira na política dos bolcheviques de “apoiar a burguesia contra o tzarismo (na segunda fase das eleições ou nos empates eleitorais, por exemplo) e sem interromper a luta ideológica e política mais intransigente contra o partido camponês revolucionário-burguês, os “social-revolucionários”, que eram denunciados como democratas pequeno-burgueses que falsamente se apresentavam como socialistas.” (Lenin, “Nenhum Compromisso?” em Esquerdismo: Doença Infantil do Comunismo, 1920).

2) A atual articulação golpista no Brasil é movida diretamente pelo imperialismo, no Brasil, como na Venezuela e Argentina, a exemplo dos golpes já impostos em outros países da América Latina, como Honduras e Paraguai). As experiências recentes “bem sucedidas” ou parciais na Líbia, Síria, Ucrânia, demonstram que o imperialismo não se furta de recorrer ao armamento de mercenários, bandos fascistas e massacres sangrentos para impor seus objetivos. Trata-se de um contra-ataque para recuperar o terreno perdido após a crise de 2008 para o bloco capitalista Eurásico, nucleado a partir da expansão comercial da China e da Rússia. Trata-se de uma nova guerra fria que atravessa todos os atuais conflitos de envergaduras mundiais, como a reorientação da tática dos EUA em relação a Cuba, tentando simultaneamente cooptar a burocracia dirigente do Estado operário com o fim do bloqueio e acelerar a restauração capitalista.

3) Mesmo que a primeiro momento o Golpe de Estado não se apresente na forma de um golpe militar, mas como um ‘golpe parlamentar’, um impeachment articulado entre o Legislativo e o Judiciário para estrangular uma Dilma cada vez mais isolada, qualquer que seja sua forma inicial, o resultado do processo será de maior repressão militar e policial contra a esquerda em geral e a população trabalhadora e oprimida nacional, para derrotar qualquer foco de resistência à recolonização imperialista do Brasil.

A escalada golpista manipulada pelo imperialismo cresceu e agora adquire estatura de realizar manifestações de massas, ainda que careça de uma frente golpista consumada, ainda que os defensores da volta da ditadura sejam minoria, que uma parte nem sequer defenda o impeachment e que nem o PSDB, principal partido da oposição tenha um nome de consenso para as próximas eleições. Não importa que os defensores da “nova política” e “contra a corrupção” acabem por substituir o PT pelo PMDB, o partido que se perpetua no governo federal desde o fim da ditadura militar e logo, o melhor representante da velha política burguesa e o mais corrupto dos partidos brasileiros. Os golpistas mudam de candidato a substituto de Dilma na operação golpista a toda hora, Barbosa, Marina, Aécio, Temer, …? mas o que importa é que o golpista de plantão sirva aos interesses do imperialismo e debilite os BRICS.

Diante desta ameaça, é necessário construir uma ampla frente única antifascista com o PT e PCdoB e as organizações de massas que estes partidos dirigem (CUT, CTB, MST, UNE, CMP, etc.) com objetivos práticos de organização comum de manifestações e do combate à direita, sem que isto signifique defender politicamente o governo Dilma ou o PT. Esta frente não implica em qualquer tipo de renúncia ao combate contra o governo burguês do PT. Apenas alteramos a forma de combate para demonstrar que a reação se fortaleceu porque o governo do PT lhe pavimentou o caminho. Não estabelecemos com os nossos aliados circunstanciais “programas” comuns, organismos permanentes, nem renunciamos a criticá-los. Exigimos todo esforço necessário dos grandes aparatos que dirigem as organizações de massas para mobilizar ao conjunto da população trabalhadora, eliminar toda repressão estatal contra as massas (UPPs, PF, Força Nacional de Segurança, etc.) e inclusive organizar a autodefesa dos trabalhadores contra a direita.

De nossa parte lutaremos para que determinada frente não seja apenas formal, de palavras, em ações separadas, não seja uma frente única diletante, como se verificou no dia 13 de março, quando a frente pelas reformas populares implodiu logo em sua primeira prova prática porque MTST, PSOL e cia. deserdaram do ato unitário para não parecerem “governistas”;

3) O combate a política anti-operária do atual governo Dilma que quanto mais acossado pelas pressões da direita e do imperialismo mais ataca os direitos elementares da classe trabalhadora, superando neste quesito qualquer outro governo petista. Ao capitular ao programa político que seus eleitores derrotaram nas urnas para assegurar sua estabilidade política, ou seja, sua governabilidade, Dilma se isola de seus eleitores, da força política que garantiu a sua vitória contra a direita golpista e da única que poderia esmagar a direita golpista;

Notamos que as posições do Coletivo Socialistas Livres acerca da conjuntura nacional são muito próximas das do CP, o que aponta para uma compreensão comum da realidade e das tarefas dos revolucionários na luta de classes do momento. Neste sentido, seria um equívoco não desenvolver uma atividade mais orgânica a partir de uma frente única baseada nas posições políticas publicadas que tivermos em comum.

A principal diferença entre o CP e o CSL, reside na questão do Centralismo, o qual o CSL se opõe. Uma vez que o atual estágio de construção do CP se caracteriza por ser um Comitê não centralizado, esta diferença situa-se no campo teórico, ao qual buscaremos superar a partir da experiência comum e da confiança mútua.

Por: Socialistas Livres (CP)


https://socialistalivre.wordpress.com/2015/03/22/carta-de-apresentacao-das-posicoes-do-comite-paritario-e-ingresso-dos-socialistas-livres-no-cp/

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