QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Nota sobre a LER-QI

Essa nota é uma autocrítica de algumas posições sectárias que tínhamos sobre a LER-QI.


Nota sobre a LER-QI

A LER é uma ruptura do morenismo (LIT), principalmente com a sua estratégia de "revolução de fevereiro". Mas, apesar de manter posições fundamentalmente revolucionárias, não conseguiu superar várias concepções oportunistas do PSTU, que impedem a nossa fusão com eles, a não ser que eles (ou nós) mudem muito da política.

Mais informação sobre isso pode ser encontrada no nosso texto Podemos construir um partido revolucionário com a LER?, mesmo que o texto seja marcado por algumas posições sectárias que tínhamos na época, por influência da TBI, por exemplo:


- defender o golpe militar polonês de 1981, que foi contra a base operária do solidariedade e destruiu os comitês de greve, como se fosse uma ação necessária para defender o estado operário polonês

- defendíamos a ocupação soviética no Afeganistão, que derrubou uma frente popular para criar um governo completamente controlado pela burocracia stalinista. Durante as discussões com a LC, mudamos a nossa posição para que o movimento de massas afegão expulse as tropas soviéticas! Nenhum campo militar com os mujehedins fundamentalistas!

- rejeitávamos completamente a luta pelas cotas, posição que já mudamos dentro do Movimento Hora de Lutar, que construímos na UFRJ em 2010-2011

- considerávamos a China como estado operário, posição que rejeitamos hoje, o que tinha sérias consequências políticas (por exemplo, a gente era contra a independência do Tibete). Hoje, achamos que o capitalismo foi restaurado na China entre 1989-1992, e o país hoje é subimperialista, exercendo dominação colonial sobre as suas minorias nacionais e em alguns países africanos, para onde ela exporta capital. Ainda estamos finalizando o nosso novo documento, com a nossa autocrítica sobre a questão dos estados operários


O pior do documento é que ele não diz claramente que, apesar dessas posições, a LER é uma organização revolucionária. A gente estava reproduzindo a lógica estilo TBI de que só existe uma organização revolucionária no mundo, a nossa. Se nós não podemos fundir com eles imediatamente, é por causa das posições herdadas do morenismo, como a stalinofobia brutal, o regime sem tendências permanentes e o uso de palavras de ordem democráticas como eixo político, que iriam impedir o funcionamento da organização, já que essas diferenças apareceriam toda hora de novo. Mas podemos colaborar com eles em lutas e frentes no movimento.

5 comentários:

  1. pelo que entendi, em um dos pontos acima, se a China fosse um estado operário, o Tibet não teria direito à independência?

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  2. Não, Rubro Zorro, mas a defesa da independência seria subordinada à defesa do Estado Operário. Ou seja, se o movimento pela independência fosse pró-capitalista, seríamos contra a independência. De acordo com Trotsky:

    ''A questão da derrubada da burocracia soviética, para nós, é subordinada à questão da preservação da preservação da propriedade estatal dos meios de produção na URSS, e a questão da preservação da propriedade estatal dos meios de produção na URSS, para nós, é subordinada à questão da revolução proletária mundial".

    —Em Defesa do Marxismo

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  3. Eu acho que o caminho é esse mesmo. Organização revolucionária "perfeita" não existe. Querer plena identidade como condição para atuação em conjunto é um sectarismo atroz.

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  5. Nessa nota, nós descrevemos errado a nossa posição sobre o Afeganistão. Nós obviamente achamos que seria uma traição estar no mesmo campo militar que os mujahedins (como a LIT fez), e dar qualquer apoio político à frente popular controlada pela URSS, mas deveríamos defender taticamente a ocupação soviética, ao mesmo tempo estimulando que o movimento de massas estabelecesse um governo direto dos trabalhadores para estender as conquistas da expropriação da burguesia para o Afeganistão, coisa que a burocracia não poderia fazer.

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