QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Resposta às mentiras e distorções infantis de Rodolfo e Leandro

Não pudemos postar esses documentos como comentário, por causa do tamanho, então colocamos como novos posts.



Rodolfo e Leandro alegam que o CL virou um templo de adoração das teorias de Paulo. Para isso, eles assumem que todas as posições de Paulo se tornaram "oficiais" para o CL. Ainda mais, eles distorcem muito do que está nos documentos internos para passar essa impressão.

Por isso, esse texto foi escrito SOMENTE para rebater esse tipo de acusação. Nós agradecemos a publicação de "A Teoria da Decadência...", apesar de que vamosainda fazer algumas alterações antes de publicar a nossa versão do texto.

Existem cinco coisas diferentes nas acusações de Rodolfo e Leandro:

1) posições oficiais do CL
2) posições ainda não fechadas pelo CL
3) posições minoritárias dentro do CL
4) posições que os companheiros que as defendiam abandonaram
50 distorções e mentiras puras e simples

Para começar com o último caso, que é o pior:

a) “O SU [Secretariado Unificado da Quarta Internacional pablista], acho que em linhas gerais era revolucionário nas décadas de ‘50 e ‘60. Eles tinham uma análise correta da situação dos países imperialistas, naquela teoria do neocapitalismo, que é uma teoria que até hoje é fundamental (...).”

Citação parcial para mudar o conteúdo. Logo depois, o companheiro fala sobre as posições centristas do SU desde 1951, mostrando os limites de sua linha revolucionária. Essa posição ainda está sendo discutida pelo CL.
b) “Já o debate público e o direito às tendências são muito mais controversos. Nós achamos que o critério correto a seguir seria o mesmo do bolchevismo de 1902 e 1921 [contém falsificação factual], ou seja, o debate político entre as tendências e frações pode ser público, a menos que envolva riscos para a segurança física da organização.” 

Não existe nenhuma falsificação factual. Sempre houve polêmica pública no partido bolchevique. Por exemplo,

- as Teses de Abril foram publicadas no Pravda, o órgão oficial do partido, quando ainda eram minoritárias.
- a polêmica sobre o materialismo (que fez Lênin escrever Materialismo e Empiriocriticismo) foi feita no jornal da fração bolchevique entre dois militantes bolcheviques, Lênin e Bogdanov.
- o debate sobre os sindicatos em 1918 foi público

Os companheiros podem discordar da posição de Paulo, mas ela é a reprodução da prática dos bolcheviques. Aliás, diferente do que os companheiros têm falado, não rompemos com o leninismo e com o trotskismo. Mantemos as posições leninistas sobre a necessidade de uma organização revolucionária independente do reformismo, seu papel de vanguarda, sobre a necessidade de destruir o Estado burguês através da revolução socialista, de trabalhar politicamente em todas as organizações de massas, sobre a defesa das nações oprimidas sob o imperialismo etc. Mantemos asposições trotskistas sobre a revolução permanente, pela necessidade de utilizar palavras de ordem transitórias, pela revolução nos países dominados pela burocracia stalinista, para estabelecer um governo soviético etc. Somente consideramos que o leninismo e o trotskismo não são dogmas. Eles devem ser aplicados criticamente na realidade, e devemos abandonar algumas teses, quando a análise concreta da situação concreta nos impuser isso. É disso que "A Teoria da Decadência ..." trata.
No CL, a defesa das polêmicas públicas é uma posição minoritária de Paulo, pois a maioria considera que isso seria destrutivo no estado atual de construção do CL, mas poderia ser correto em uma fase posterior da luta para construir o PRT.

c)" Uma argumentação contra esse tipo de teoria antimarxista pode ser encontrada no artigo As revisões de teoria básica do LRP, de abril de 2009."


A posição de Paulo, que ainda está sendo discutida no CL, não tem nada a ver com as posições do LRP, que sustenta que a URSS e os países do Leste Europeu eram capitalistas. O nome desse recurso é amálgama: é usar uma posição semelhante à de outra corrente para implicar que quem defende essa posição defende outras políticas dessa corrente. Esse recurso foi muito usado pelos stalinistas (se os trotskistas defendem a derrota dos EUA na Segunda Guerra, então eles são agentes do nazismo").

d) "Essa posição levou Paulo Araújo até a crença extravagante de que, como o Solidariedade tinha uma base de composição operária, ele não poderia ter restaurado o capitalismo na Polônia (como de fato o fez), se pudesse “ter se desenvolvido”."

A própria citação a seguir mostra que Paulo fala do surgimento de uma ala (mesmo que minoritária) antirrestauracionista no Solidariedade, e não na impossibilidade do Solidariedade restaurar o capitalismo. Também peço aos camaradas que leiam "Oposição no socialismo Real" de Fernando Claudin, que apesar dele ser reformista, expões dados claros e documentados dos grupos conhecidos que atuavam na polônia dos anos 60 até os anos 80, com a criação do solidariedade em 80. Esses grupos existiram até 81, quando o governo stalinista acabou com as formas de organização da classe trabalhadora polonesa, e posteriormente manteve as negociações com a igreja e com a direção do solidariedade.

e) "Tudo isso combinado colocaria o proletariado mundial em um estado de “crise de perspectiva”, no qual este não mais enxergaria como viáveis mudanças sociais obtidas através da luta – e aí Paulo inclui até mesmo mudanças reformistas ou democráticas, negando assim os eventos da luta de classes que vêm ocorrendo desde o início do ano."

Reformismo" sempre foi definido como a estratégia de chegar ao socialismo por reformas. O documento de Paulo não nega que a classe lute por reivindicações democráticas. Infelizmente, por causa da destruição da URSS, ela não tem mais enxergado o socialismo como o objetivo das suas lutas, como foi demonstrado pelos movimentos no Egito, Tunísia, Bahrein etc.

f) "Essa análise, que varre qualquer possibilidade de revolução mundial".

Onde está escrito isso? é só ler o documento!

g) "Se diferenças programáticas profundas e antagônicas não devem manter tendências separadas, então o Coletivo deveria ter como principal objetivo unificar a maior parte das organizações de esquerda em um só “partidão”, degenerado e incapaz de liderar a classe trabalhadora para uma revolução, diga-se de passagem."

O CL mantém o seu programa oposto ao "programa democrático e popular", defendido pela maioria da esquerda brasileira e mundial. Essa frase não reflete a nossa vontade de liquidar o CL, e sim o próprio sectarismo de Rodolfo e Leandro, que veem todas as outras correntes do movimento como inimigas a ser derrotadas.

h) Outra situação que fez acelerar nosso rompimento envolveu a recente greve e motim dos bombeiros militares no Rio de Janeiro. Um panfleto havia sido preparado para ser distribuído no acampamento-vigília dos bombeiros no Rio de Janeiro, após a prisão de 439 membros dessa corporação. Esse texto não chegou a ser usado nessa ocasião devido à proibição que os líderes do movimento dos bombeiros impuseram a “qualquer material criticando a Polícia Militar”. Diante disso, nossa tendência pediu para que a linha do Coletivo Lenin fosse discutida e revista e que, portanto, o material não fosse publicado no blog do grupo. Esse pedido fazia sentido já que o panfleto não havia sido discutido em nenhum organismo do Coletivo. Entretanto, ignorando o direito de nossa tendência a questionar uma posição, a tendência revisionista, passando por cima da própria Direção Executiva (dentro da qual nossa tendência tinha maioria) postou o panfleto que nem sequer critica a liderança pró-polícia dos bombeiros e diz, contra a realidade, que “os Bombeiros não cumprem nenhum papel repressivo na sociedade, pelo contrário, o papel deles sim é ajudar e socorrer.”


Isso realmente seria a maior sacanagem  se o panfleto não tivesse sido escrito pelo próprio Leandro e distribuído no dia seguinte! Quatro dias depois, ele resolveu que a linha estava errada (sem propor outra no lugar). Mas o panfleto já tinha sido distribuído. Errado seria se o CL fingisse que não distribuiu o panfleto. O correto é reconhecer, mesmo que se vá fazer autocrítica depois.


Posições do próprio CL:


“Estamos vivendo atualmente (desde a década de 1970) no período de crise estrutural do capitalismo. Ou seja, o sistema não tem mais para onde se expandir, e todos os lucros acumulados não podem mais ser aplicados na produção real. Isso leva a uma desindustrialização da economia, que destrói a própria base social principal da revolução, a classe operária. Além disso, toda a economia se baseia em mercados que ‘drenam’ os lucros para fora da produção (mercado financeiro, ‘setor de serviços’ etc).” (ênfase nossa)
  
(Socialismo ou cracolândia – 16 de dezembro de 2010)

Agradecemos ao companheiros por citarem um texto de 2010, provando que o CL sempre defendeu que a crise estrutural do capitalismo torna cada vez mais difícil que a classe operária construa o socialismo. Essa é uma das contradições da nossa época. E é uma posição original do Cl que os companheiros abandonaram sem autocrítica. O que virá ainda?


Posições ainda não fechadas:

Como dissemos, não vamos polemizar sobre os Estados Operários burocratizados, sobre a história do trotskismo e sobre o balanço do espartaquismo, porque ainda estamos discutindo essas questões. Isso é normal quando existe democracia operária numa corrente.


Posições que mudaram:

O companheiro Paulo, após discutir no CL, voltou à posição anterior sobre o Golpe de Agosto de 1991 na URSS (mas ainda considera que posição diferentes sobre a questão não devem impedir a fusão de organizações revolucionárias.


Posições minoritárias
  
"Em uma das reuniões voltadas para a discussão dos temas em revisão por Paulo, um dos membros da tendência revisionista chegou ao ponto de defender que a tarefa dos revolucionários na Alemanha dos anos 1920/30 seria a de criaruma frente popular eleitoral com o objetivo de “atrasar” a chegada do Nazismo ao poder. Essa mesma política, entretanto, era um dos pilares do stalinismo que a Quarta Internacional tanto combateu."

Além da posição de Paulo sobre regime interno, a posição de Marcos sobre a Frente Popular também é minoritária no CL. E mesmo assim ele expõe esse exemplo como uma exceção a regra de não apoiar a FP. Por esse caso em 33 na Alemanha e pelo caso da França em 36, Marcos defende que seria taticamente viável defender voto na FP como forma de atrasar, em conjunto com combates corpo a corpo contra as marchas fascistas, a eleição de governos de extrema-direita por serem casos muito especificos onde há uma conjuntura real de dominação fascista usando como instrumento legal as eleições burguesas e como base para as marchas.

Além disso, após discussão, CL decidiu que a participação e voto em frentes populares é uma tática, que pode ser usada em situações muito excepcionais, e não uma questão de princípio (posição defendida, no trotskismo, somente pelas correntes que vieram do espartaquismo).    

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