QUEM SOMOS NÓS

Minha foto
Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Resposta aos companheiros Leandro e Rodolfo: Dois camaradas destruídos pelo seu sectarismo, dogmatismo e pela stalinofilia!

Nós, do CL,recebemos no dia 4 de julho, a nota de ruptura dos companheiros Rodolfo e Leandro. A nossa resposta será dividida em dois textos: ese aqui, que vai dar o contexto da ruptura e suas causas, e outro, especificamente para rebater as falsificações, distorções e conclusões erradas expressas no documento deles.

Queremos também deixar bem claro que não vamos perder mais tempo do que o que já perdemos respondendo àsacusações contra o "revisionismo" do CL, já que os companheiros nem mesmo representam uma corrente real na luta de classes. Logicamente, responderemos a polêmicas sobre assuntos específicos que surgirem, como respondemos a qualquer organização.

Bem, para começar, temos que discutir o ponto principal, que é o verdadeiro motivo do racha: o balanço do espartaquismo. Nós ainda não terminamos esse balanço, mas podemos mostrar algumas das conclusões a que já chegamos.

Diferente do que os companheiros falam, a nossa decisão de reformular o nosso programa foi decidida por unanimidade (incluindo eles), depois da nossa ruptura com a TBI. Essa decisão é fruto de uma experiência real com as correntes que reivindicam o espartaquismo.

Depois de discutir com a TBI, vimos que essa corrente tinha se tornado uma seita degenerada, sem nenhuma intenção de se orientar para o movimento real, e que achava que a tarefa dos revolucionários é serem "guardiões do programa" o que, na prática, quer dizer que eles editam uma revista anual (!), voltada para criticar outras correntes que reivindicam o trotskismo.

É uma prática comum na extrema-esquerda, quando acontece uma ruptura, que o setor que rompe não faz nenhum balanço crítico da organização anterior, e simplesmente diz que eles romperam com o "programa original" que defendiam (qualquer semelhança com Rodolfo e Leandro não é mera coincidência!).

Nós não quisemos escolher esse caminho estúpido. Todas as correntes que reivindicam o espartaquismo (a LCI, o IG e a TBI) se tornaram seitas, cada uma pelo seu caminho próprio. Para nós, a atitude correta seria, em vez de culpar os dirigentes de "traição ao espartaquismo" e criar a quarta corrente com a mesma tradição, investigar quais concepções programáticas, políticas e organizativas do espartaquismo facilitaram ou levaram a essa degeneração.

Por isso, fomos fazer o balanço do que devemos rejeitar e do que devemos reivindicar do espartaquismo. E ainda não terminamos esse balanço. Mas Rodolfo e Leandro preferiram romper, declarando em maio que qualquer alteração seria centrismo e revisionismo. Assim, eles desrespeitaram a decisão do CL, para conservar a sua fé no imaculado programa espartaquista.

Aliás, quando o CCI foi formado, a gente nem sabia o que era espartaquismo, e discutimos com várias correntes antes de estabelecer contato com a TBI. Quando o CL foi formado, a relação com a TBI não era uma das condições para a fusão, como lembram os companheiros que participaram desse momento (não foi só o Paulo, como eles dizem, esquecendo por exemplo o papel de Marcos no estabelecimento das discussões para a fusão com o grupo dentro do PSTU).

Nós aprendemos muito com a TBI (por exemplo, na questão sindical), mas também aprendemos muita coisa errada, como a "continuidade revolucionária", que é uma "teoria" feita para dizer que a TBI é a única corrente trotskista do mundo e se pautando em debates e intervenções políticas unicamente com grupos pequenos do trotkismo de forma a se isolar do movimento de massas, o que desde a origem do CCI e depois no CL não foi nossa proposta tática, que sempre foi debater com esses grupos menores mas também com outros grupos médios que fossem combativos à esquerda institucional, mesmo que fossem de orientação stalinista ou reformistas ou esquerdista.

Infelizmente a meio caminho de nos tornarmos uma seita (chegamos inclusive a sair da FIST por seis meses no momento em que ela crescia em influencia politica no movimento popular numa conjuntura crucial, e somente Marcos defendeu a manutenção desse trabalho, porém a realidade mostrou que era esse um equivoco tático e voltamos a fazer trabalho politico na FIST e em outros espaços do movimento popular e de massas em 2011), onde vencemos uma possível tendencia a inercia que estávamos herdando da TBI!

Seguindo esse caminho cópia do espartaquistas, os camaradas que romperam começaram a atacar moralmente todos os militantes que divergiam do programa deles, chegando a distorcer o que eles diziam junto com Sam Trachenberg, como mostraremos no outro texto.

Isso é um ponto. Além disso, é significativo que, no documento em que eles falam que o CL foi uma organização revolucionária nos anos de 2009 e 2010 (e o CCI, antecessor do CL, era o quê?), eles descrevem o CL como um grupo despolitizado e atrasado:

" Nessa tarefa, a tendência revisionista foi em muito ajudada por inúmeros fatores. Os principais foram a experiência negativa da tentativa de fusão com a Tendência Bolchevique Internacional, finalizada em agosto de 2010 (confira a carta de ruptura entre o Coletivo Lenin e a TBI, Coletivo Lenin rompe relações com a Tendência Bolchevique Internacional, de dezembro de 2010) e a despolitização e inexperiência dos militantes mais recentes e aspirantes (que eram cerca de um terço da organização ao longo da luta fracional)."
   
"Mesmo após estas posições (das quais a última se tornou a linha pública) e a aceitação passiva delas pelos demais militantes do Coletivo Lenin, mantivemos nossa luta interna para convencer os demais camaradas a se oporem ao revisionismo de Paulo".

" Por fim, somado a tais atos de desonestidade e deslealdade, fomos confrontados ainda com o enorme e crescente desinteresse dos camaradas que estavam fora da tendência revisionista em prosseguir as discussões, tornando insustentável nossa permanência no Coletivo Lenin".

Como uma merda de organização assim, em que ninguém tem interesse em política e nem percebe quando o programa que defende é mudado completamente, pode ser considerada revolucionária? Seria isso tudo verdade, ou existiria outra explicação, ou seja, que todos os militantes participaram das discussões e discordaram dos companheiros que romperam?
Para nós do CL esse argumento de que os outros militantes estavam "desinteressados" para o debate é a grande falsificação para justificar o racha de Leandro e Rodolfo. Durante a existência das tendencias o que não faltou foi interesse, pois a todo momento se produziam documentos e os mesmos eram lidos pelos militantes de fora das tendencias e então debatidos em reuniões das mesmas, até se expressar(ou deveria se expressar) no confrontamento das posições divergentes nos núcleos. Porém o profundo "leninismo" e o "interesse para o debate" proposto pelos camaradas não se expressou real na hora de organizar os núcleos de forma semanal, e assim os verdadeiros debates entre as tendencias somente ocorreram duas vezes em 4 semanas, quando deveriam ser pelo menos 4 por mês ou uma por semana. E no final o que sobrou foram os ataques morais de Sam, Rodolfo e Leandro, e isso sim foi insustentável para os membros do CL fora das tendencia,e que estavam de fato interessados em discutir política, mas não tinham nenhum interesse em ler e manter as acusações morais distorcidas propagadas pelos camaradas que romperam.
Ao mesmo tempo, Rodolfo e Lenadro dizem que o CL era a expressão do espartaquismo no Brasil e um grupo despolitizado, capaz de ser controlado por um líder burocrático. É até ridículo rebater essa acusação sobre o CL ter virado um "santuário de adoração às 'teorias' de Paulo", mas o segundo texto vai mostrar o que é uma organização viva, onde existem divergências, posições majoritárias e minoritárias o tempo todo.

Depois, os companheiros levantam, como pretexto político, as posições sobre o segundo turno da eleição de 2010 (nove meses atrás!) e sobre a Líbia. Essa é a única parte realmente política do documento, sendo o resto uma variação sobre o antigo tema do "grupo revolucionário destruído por um burocrata".

Sobre as eleições, é interessante lembrar que a nossa posição pública ao final dos debates internos foi o voto nulo. Então, os companheiros são contra a existência, mesmo interna, da posição de voto crítico em Dilma. Ou seja, acham que deve existir um catálogo de temas que não podem ser discutidos nem internamente.

Nós achamos isso errado, os companheiros acham certo, tudo bem. Mas o mais interessante é que um dos documentos que defenderam o voto crítico na Dilma foi escrito pelo Leandro! Na época, ninguém acusou o companheiro de ser um revisionista, nem disse que o CL teria que rachar por isso. E o companheiro, que defendeu essa posição, hoje diz que não votar em frentes populares é uma questão de princípio!

Esse não o único caso desse tipo: em agosto de 2009, o companheiro Rodolfo defendeu que a direção não poderia ser deliberativa, ela só poderia encaminhar o que fosse decidido nos núcleos. No primeiro semestre de 2010, ele de novo defendeu que a China não era um Estado Operário. Em nenhum desses casos, houve nenhuma acusação de revisionismo; as posições foram discutidas e ele foi convencido do contrário.

No caso da Líbia, Rodolfo e Leandro exigiram votar nossa resolução por três vezes (sendo que, na primeira, eles defenderam a linha majoritária). A posição dos camaradas foi por não fazer frente em nenhum dos lados, assim como os espartaquistas. O que temos a dizer sobre isso é que, se o movimento na Líbia realmente tivesse sido controlado pelo CNT desde o começo, então a posição deles seria a mais centrista do mundo: a única coisa a fazer nesse caso seria emblocar com Kadafi, como defenderam a LBI e a LC.

Nós não apoiamos o CNT, como eles dizem. É só ler a nossa resolução: nenhuma confiança no CNT! Mas é mais fácil distorcer a posição do adversário quando é difícil combatê-la.

Sobre a questão dos bombeiros, o CL em breve publicará uma nota fazendo uma análise mais profundo do processo e inclusive fazendo uma análise mais profunda do papel do corpo de bombeiros militares e denunciando a capitulação do PSTU ao defender a PEC 300 para os repressores da PM em conjunto com os BM por considerar os dois conjuntos como trabalhadores, jogando na lata de lixo o histórico de repressão das duas corporações militares contra os trabalhadores e o real papel da polícia! Sobre as acusações absurdas de "passagem de rodo" dirigidas por Leandro e Rodolfo contra o CL, basta dizer que foi o próprio Leandro quem escreveu a nota e que esta foi publicada por dois dias nas manifestações em frente a ALERJ para os grupos da esquerda que já conhecemos. Reconhecemos que a nota tem erros e falta de esclarecimentos quanto ao pepel conjunto dos BM com a PM. Porém burocráticos foram os camaradas Leandro e Rodolfo, então maioria na direção, que tentaram não expor no blog um documento de propaganda já público dois dias depois do próprio Leandro fazê-lo! E para que? Para se mostrar mais a esquerda que LER-QI na sua polemica publica com o PSTU!

Por fim, vamos lembrar mais uma vez de Sam Trachtenberg, nos últimos meses, interviu principalmente na discussão para atacar moralmente Paulo e Marcos, em vez de debater de verdade sobre as divergências. Nada de estranho para alguém que rompeu com a TBI sem nenhuma diferença política, por dizer que estava sendo "perseguido" pela direção da corrente. Ainda mais: ele diz que a TBI era revolucionária quando ele entrou (na época com a mesmíssima direção, cujo principal membro, Bill Logan, hoje ele diz que nunca deveria ter entrado), e depois degenerou. Podemos ver aqui um padrão: um ataque moral a militantes sempre que quer justificar uma ruptura sem princípios. Boa sorte ao companheiros do RR!

O próprio nome "Reagrupamento Revolucionário" é o pior que poderia ter sido escolhido: os companheiros não aceitariam fundir com nenhuma organização atualmente existente no mundo! E isso tupo por considerarem que fora do espartaquismo não existe nenhuma corrente revolucionária. Essa é a opinião deles e o fundamento real do racha, mas nós do CL não seguimos essa religião. Nós preferimos errar e aprender com os erros, para então produzir política e táticas certas para a longa construção do PRT e a Internacional, ao invés repetir a "fórmula mágica" que Rodolfo e Leandro nos receitaram novamente depois de três anos em discussão com a TBI. Ao contrário dos camaradas, não vamos mais reproduzir os erros do espartaquismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário